Negação da Doença

question-mark-2258901_960_720A doença crônica é vista como uma ameaça ao futuro da pessoa diagnosticada que, invariavelmente, muda a relação do paciente com o mundo à sua volta e com ele próprio.

Num primeiro momento o paciente se sente impotente, incapacitado, amedrontado, sem esperanças e frustrado. Algumas perguntas vem à tona constantemente, como: Por que eu? O que eu fiz de errado? Não é possível que eu tenho essa doença? Será que vou suportar tudo isso?

Minha vida mudou com o diagnóstico

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Óbvio e de quem não muda? Pois é, mas a minha vida mudou para melhor. Atualmente agradeço por conhecer e ter ciência de que tenho limitações e nem tudo que eu gostaria de fazer é bom que eu faça.

Após o diagnóstico de Espondilite Anquilosante minha vida teve uma reviravolta muito grande e até certo ponto importante para mim e para minha saúde.

Antes eu não me preocupava muito com saúde. Achava que por ser jovem não precisava tomar alguns cuidados. Como eu era ingênuo!

Atualmente percebo o quanto de tempo eu perdi com preocupações e situações que não são tão benéficas para a vida. O quanto de tempo desperdicei trabalhando loucamente para ganhar dinheiro que no final das contas eram gastos com pagamentos de impostos. Quantos lugares deixei de visitar e conhecer por estar atarefado demais? Quantos encontros de família e com amigos não pude ir por estar mais preocupado com questões outras que não em viver?

A vida é muito curta e muito boa para se perder tempo com situações que não serão contadas com orgulho para netos e amigos.

Possibilidades após o Diagnóstico

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Ao receber um diagnóstico de uma doença crônica é possível que se tenha diversas reações e sentimentos, cada um mais complicado que o outro e cada paciente terá uma forma de agir com seus sentimentos e diagnóstico.

Normalmente parte-se de uma das três opções:

  1. Se entregar à doença, à dor e ao desespero;
  2. Tratar a doença como algo banal, mesmo que seja grave;
  3. Realizar mudanças significativas na vida para se adaptar às situações adversas.

 

Eu vejo que das três opções apenas uma é passível de se realizar quando se pretende viver bem e com sapiência.

Negar a doença é como desistir sem tentar. Nunca, em situação alguma desistir sem tentar pode ser a solução. Por mais difícil que a situação possa parecer, a força necessária para romper essas barreiras aparece e ela está dentro de nós, porém não a conhecemos até que seja necessário ser forte.

 

Desta forma, podemos desconsiderar a opção 1 que foi levantada anteriormente.

Consequentemente, ver a doença como algo banal levará o paciente a não se cuidar da forma necessária e ao se dar conta da gravidade pode-se ter perdido um tempo precioso no tratamento. O que pode acarretar em consequências severas e danosas de forma irrecuperável.

Tão importante quando um diagnóstico rápido é o início imediato do tratamento, com acompanhamento de profissionais capacitados e competentes.

Após tudo isso, percebe-se que a única opção totalmente válida e consciente é a terceira, ou seja, promover mudanças consideráveis que levarão o paciente a se adaptar à situação adversa. O quanto antes isso for realizado, menos consequências o paciente pode ter e maior a probabilidade de controle da doença.

Existe uma frase atribuída a um grande ídolo brasileiro que eu entendo ser um lema a ser seguido por quem tem o diagnóstico de uma doença crônica. Essa frase é: “No que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz” (Ayrton Senna)

Portanto, para nós não há meio termo. A intensidade é uma obrigação.

Eu optei por viver intensamente a vida e não a dor!

2 comentários sobre “Negação da Doença

  1. Não é fácil ACEITAR uma condição adversa principalmente quando é sua SAÚDE que estar em jogo, mas quero sempre ser otimista , procurei de todas as formas se cercar de todo conhecimento sobre a doença DESCOBRI QUE NÃO É UMA DOENÇA É uma DEFICIÊNCIA. O CORPO POR ALGUMA RAZÃO SE DEFENDE DA TOXIDADE A ALIMENTAÇÃO. E QUE seria uma alimentação toxica , infelizmente quase tudo que comemos estar comprometido um com agrotóxicos outro tramgẽnicos e de alguma forma o nosso corpo tem uma reação fina de defesa , e o TRATAMENTO E UM FORTALECIMENTO DO CORPO ATRAVÉS DE VITAMINA D ,B12, K3, CÚRCUMA ÔMEGA 3 . e sol banhos de sol , natação , água de coco, obtive melhoras mas estou ainda na LUTA… MAS PELO MENOS TENHO UM CAMINHO A SEGUIR….

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    • Araújo, realmente a Espondilite Anquilosante é uma deficiência, mas o que eu tento não me ver como tal. Cada pessoa tem um nível de deficiência causada pela doença e cada um conhece seus limites.
      Eu procuro sempre alternativas que possam melhorar minha condição em relação à Espondilite. A alimentação é nosso maior inimigo, mas pode ser um grande aliado também. Concordo que é difícil fazer uma alimentação isenta de produtos que façam nosso corpo combater a si mesmo, mas é possível minimizar essa complicação.
      A atividade física constante alinhada à uma boa alimentação rica nas substâncias mencionadas por você pode trazer muitos benefícios. Como forma de aumentar a vitamina D no meu corpo, adotei o transporte urbano por bike, assim tenho contato por aproximadamente 40 minutos diários com o sol da manhã. Passei a comer peixes de 3 a 4 vezes por semana para ter mais ingestão de ômega 3, tirei alguns alimentos que são ricos em cálcio e amido, mas tudo isso com orientação de uma nutricionista que estudou meu caso, além de fazer acompanhamento com uma metabologista.
      Toda atividade física que eu realizado é monitorada por um educador físico e um fisioterapeuta para evitar complicações.
      Não é fácil mesmo, mas atualmente passou a ser prazeroso para mim. Faço da atividade física minha maior diversão diária e sinto falta quando não faço.

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