Dor: Uma consequência da falta de exercícios

Desde quando iniciou o isolamento social e as normas de fechamento de comércio que minha rotina de exercícios físicos mudou de forma drástica. Faço alguns exercícios em casa, mas sinto muito a falta de reforço muscular.

Exercício Físico no tratamento de doenças reumáticas

Tenho percebido, de forma bem enfática, a importância dos exercícios físicos na rotina do paciente reumático.

Desde o meu diagnóstico, em 2015, tive poucas ocorrências de dores e todas elas foram causadas por descontrole emocional. Contudo, nessa quarentena tenho experimentado situações que há muito desconhecida, ou seja, dores em vários momentos do dia e até mesmo por vários dias.

A primeira ocorrência de dores que tive durante a quarentena foi no final de abril e durou até, aproximadamente, o dia 10 de maio quando quebrei a quarentena e fiz um pequeno treino de bike por alguns dias. Coincidentemente, as dores sumiram durante os dias em que fiquei andando de bike e participando de aulas durante a jornada do paciente em virtude do mês da conscientização sobre as doenças reumáticas.

Clique na imagem para ver a reportagem

Em respeito à crise sanitária, deixei a bicicleta guardada por mais alguns dias e novamente, as dores voltaram a ocorrer. Mesmo realizando sessões de alongamentos e alguns exercícios em casa, senti muitas dores nas articulações dos joelhos e tornozelos que me levaram a mancar por alguns dias.

Pedal realizado em 23/05

Com a desculpa de fazer entregas de produtos que minha mulher vende, fui dar umas voltas de bicicleta pela cidade, foram 43 quilômetros em um sábado e, depois de 15 dias, fiz mais 23 quilômetros para entrega de produtos. Com isso, as dores deram trégua novamente.

Com essas experiências de períodos com dores e outros sem a ocorrência, tenho tentado fazer algumas experimentações comigo mesmo, ou seja, respeitando as normas sanitárias e de isolamento social, mas mesmo assim cuidar da saúde física e mental.

Covid-19 e Tratamento Reumático

Pode parecer estranho ou falta de respeito às normas de isolamento, mas é preciso fazer algo para não sentir dores e ao mesmo tempo me cuidar quanto às normas de isolamento.

Dada essa situação de pandemia e o fato de eu ter alguém dentro de casa no grupo de risco, tenho evitado à todo custo qualquer ida à rua de forma desnecessária. Acredito que todos precisamos fazer isso em prol de um bem comum.

Contudo, sentir dores também é algo que precisa ser evitado. Dessa maneira, estou com uma estratégia de “fugas” com a bike que seguirá a linha do isolamento e cuidado para evitar o contágio. Assim:

  1. Sempre que necessário ir a algum lugar que não seja possível ir à pé, darei a preferência por ir de bike
    1. Entrega de produtos
    2. Compras de pequenos volumes
    3. Buscar ou entregar doações de pequeno porte
  2. Fazer algum circuito próximo de casa como treino rápido
    1. De preferência esses treinos serão realizados sozinho e em horários de pouca movimentação de pessoas
    2. Ocorrerão ao menos 1 vez por semana e não nos finais de semana
    3. Terão aproximadamente 15 quilômetros
    4. Serão realizados em aproximadamente 90 minutos
  3. Treino longo
    1. Duas vezes ao mês, farei um treino com mais de 70 quilômetros. Esses treinos também serão sozinho e, de preferência, fora das áreas urbanas

Penso que, dessa forma, será possível manter uma boa saúde mental, bem como prevenir as ocorrências de dores provenientes da Espondilite Anquilosante e também seguir as recomendações de isolamento social.

Assim como muitos, adquiri gordura durante o período de quarentena e acredito que isso tenha efeito negativo na situação de remissão que me encontro. Tenho 2 objetivos principais com essa estratégia que são:

  1. Manter a Espondilite Anquilosante em remissão
  2. Não me contaminar ou ser agente de contágio do novo Coronavírus

Aquilo que estiver ao meu alcance para manter esses dois objetivos será realizado com muito cuidado e seguindo as orientações científicas para cada situação que eu venha a enfrentar.

Tenho muita certeza que em breve tudo isso passará!

Eu optei por viver intensamente a vida e não a dor!

Superação: Me formei engenheira

Não limite seus sonhos: Convivendo com a Espondilite, me formei engenheira. A história é de Eulina que tem Espondilite Anquilosante e Fibromialgia. “Sentia dores desde os 11 anos e com 21 fechou o diagnóstico, em 2014“.

A história que será transcrita aqui é mais uma das incríveis que sabemos que existem e que muitas vezes as pessoas ficam com receio de contar, por motivos diversos.

A história da Eulina foi publicada pelo meu amigo Samuel do blog Espondilite Brasil e eu transcrevo no meu blog por considerar de grande motivação e incentivo.

Não limite seus sonhos: Convivendo com a Espondilite, me formei engenheira

Vamos abrir aspas para transcrever o relato na íntegra, conforme escrito pela Eulina.

Oi, me chamo Eulina, tenho EA e fibromialgia. Comecei a sentir dores aos 11 anos e com 21 fechei o diagnóstico (2014). Venho contar no dia 02 de junho de 2020, através de videoconferência me tornei Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Pernambuco-Campus Agreste.

“Convivendo com a Espondilite, me formei engenheira!”

Entrei na universidade em dezembro de 2012 e em agosto de 2014 fechei o diagnóstico para EA, levei 7 anos para concluir o curso, cheguei a pagar 3 cadeiras e reprovar 2 devido às dificuldades que a doença me fez passar.

Eu não sabia conviver com ela, então forçava ao máximo, achava que bater de frente com ela era a solução, chorava estudando, rodava na cama procurando posição para estudar, ficava noites em claro estudando, no outro dia ia fazer prova, quando saia das provas ia direto para o hospital, tinham provas muito longas, muitas horas sentada.

Tomava 12 comprimidos por dia, 2 biológicos, 3 internamentos e 1 rizotomia. Fiquei 4 vezes em acompanhamento especial, pois não conseguia andar para ir assistir aula, usei muletas por 2 meses.

“A EA acaba com a gente, tenta tirar nossos sonhos, nossa vontade de vencer, mas nunca deixem ela ser maior que a sua força de vontade para vencer.”

Eulina

A minha universidade ficava cerca de 130 KM da minha cidade, ficava longe da minha família, então meus amigos que faziam o meu socorro e cuidavam de mim. 4 anos atrás conheci meu namorado, no meu internamento ele ficava comigo no hospital, na hora da aula dele, um dos meus amigos iam ficar comigo para ele poder ir para aula, ele chegou a perder provas para ficar comigo, até que conseguimos me transferir para um hospital na minha cidade e eu pude ficar perto da minha família.

Foram 7 anos de muito sacrifício, de muitas dores, de muito choro sozinha, de muito sorriso no rosto, mas me acabando de dor, de preconceito, de gente falando que eu não podia ser engenheira, mas eu nunca tranquei a faculdade e eu nunca desisti.

Hoje estou com 2 anos de remissão, com acompanhamento de neurologista e reumatologista, sinto dores apenas quando tenho sentimentos fortes ou faço alguma trela. A remissão me ajudou muito, mas o estresse da universidade ainda me fazia sentir dores da Fibromialgia.

A EA acaba com a gente, tenta tirar nossos sonhos, nossa vontade de vencer, mas nunca deixem ela ser maior que a sua força de vontade para vencer.

Eu sempre repetia nos momentos de dor: “Eu sou mais forte do que eu posso imaginar“. Ela tentou, mas não tirou meu sonho e hoje eu posso gritar para o mundo “EU SOU UMA ENGENHEIRA CIVIL“.”

Ao fechar as aspas para esse depoimento tão forte e motivador, só posso dizer que me sinto emocionado e muito feliz por poder reproduzir aqui no blog essa história de superação.

Obrigado Eulina por nos presentear com sua história incrível. E Samuel Oliveira, obrigado por sempre conseguir nos trazer presentes como esse.

E você, meu amigo leitor, quer ter sua história contada em nosso blogo? Envie o texto e uma foto para o e-mail euenfrentoaespondilite@gmail.com

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Eu fiquei com um trabalho de casa… Descobrir o que significa “Fazer alguma trela