Estamos num momento de crise muito grave e que muitas situações necessitam de ponderação, cautela e principalmente aprender com erros e acertos.
Pacientes reumáticos, de um modo geral, são imunossuprimidos e necessitam de uma atenção especial pelo próprio paciente.
Saber os limites e condições que nos afetam é uma necessidade e obrigação nossa. Os noticiários e pronunciamentos tratam de uma forma mais ampla a situação como um todo.
População em situação de risco x População que não são de risco é que ouvimos, lemos e discutimos em todos os meios de comunicação.
A grande pergunta é “Eu sou grupo de risco?”
Eu Sou Grupo de Risco
A pergunta é simples e a resposta é bem complexa. Tudo na ciência é baseado em históricos, estudos, testes, erros e acertos. Assim como a medicação amplamente testada, não responde exatamente igual em pessoas diferentes, a resposta para essa pergunta também não é igual para pessoas com as mesmas características de doença e tratamento.
Não há, por mais que queiramos uma resposta imediata, um histórico amplo sobre a doença, afinal o que se conhece dela é apenas de dezembro último pra cá. O que se sabe é, praticamente, o que deu certo e/ou o que deu errado em outros países e o que vem dando certo e/ou errado dentro do nosso país.
Cautela
Essa talvez seja uma das palavras mais importantes nesse momento de crise que estamos atravessando.
Precisamos de cautela na economia, precisamos de cautela na saúde e precisamos de cautela em todas as ações que por ventura venhamos a tomar.
Como bem descrito na Terceira Lei de Newton, toda ação tem uma reação. Uma ação precipitada nesse momento, pode nos trazer uma reação extremamente danosa e pela qual não estamos preparados e muito meno nosso Sistema de Saúde.
Uma preocupação que eu tenho e que faz parte do cotidiano de todos nós é sobre a quantidade de testes que são realizados no Brasil e sim há uma explicação para isso. O mundo inteiro está em busca desses testes e a produção é limitada, portanto não há para todos.
Isso nos leva a entender que os casos no Brasil, assim como em muitos países, são subnotificados. Contudo, não é motivo de pânico, apenas de mais atenção para a cautela necessária nesse momento da crise. É possível que muitas pessoas foram contaminadas e não sabem, não fazem parte dos casos oficiais e, de certa forma, estejam imunizados para a COVID-19. Isso é bom, visto que não haverá testes para toda a população.
Além disso, o governo (União, Estados e Municípios) têm burocracias para fazer aquisição de produtos e serviços. Em média, o preço unitário do teste é de US$ 1,00 (um dólar) porém o Brasil consegue adquirir por R$ 118,00. E o pior, quando o Brasil tenta comprar algo (testes, equipamentos de proteção individual, etc), vem um país com mais recursos, com uma economia mais estável e realiza a compra mais rápido que a burocracia do nosso pais permite.
Por isso, a cautela é tão importante.
Manifestação da doença
Isso depende muito de cada organismo. É a mesma situação aplicada e conhecida para as doenças reumáticas, ou seja, um medicamento funciona muito bem para um paciente e não tem efeito nenhum em outro paciente. Assim é, aparentemente, a questão do COVID-19, algumas pessoas têm casos graves, outras reações médias e outras pouca ou quase nenhuma reação.
As medicações estão em testes com bons resultados aparentes. Precisamos ter cautela e paciência quanto à uma medicação ou vacina, o imediatismo nesse caso pode ser danoso.
A questão da curva de contaminação é outra situação polêmica. Penso que quanto menos ela se intensificar, melhor para que o Sistema de Saúde possa receber todos que necessitem e, assim, evite um colapso que possa trazer muitas complicações.
Não existe uma unanimidade quanto ao isolamento vertical ou horizontal, mas é bom que estejamos atentos ao que ocorre em outros países para entendermos o que é melhor para nossa sociedade como um todo.
Está certo que vivemos num país em que muitas pessoas vivem com pouca ou nenhuma reserva econômica que possa se manter por um período alongado sem receita. E isso precisa sim ser uma constante preocupação por toda a sociedade e classe política.
De fato, as dúvidas são gerais. Acompanho muito ativamente a situação política de BH, MG e do Brasil e é evidente que todos têm dúvidas quanto ao COVID-19. Independente de quem quer que seja e quais especialidades estejam envolvidas, não há um histórico científico que possa dar embasamento para tomadas de decisões.
Fazer Minha Parte
O que nós, leigos, podemos fazer nesse momento é tentar ao máximo seguir as orientações e recomendações dos órgão competentes. Sociedades médicas, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde.
É importante que tenhamos a consciência de acompanhar as Sociedades Médicas específicas da área de saúde que nos atende e ver se há recomendações especiais para nossa condição. Entrar em contato com o médico, se necessário e em caso de suspeita de contágio, falar com o médico por telefone para tomada de decisões sobre suspensão ou não de medicações.
Vacina da gripe H1N1 é recomendada para nós e precisamos de a tomar. Seguindo, explicitamente, todas as recomendações e principalmente a de evitarmos aglomerações.
Um ponto importante e que ajuda muito a todos é que evitemos ao máximo o compartilhamento das famosas Fake News. Se não tem certeza da notícias ou não conseguir uma comprovação quanto a veracidade, não a transmita para ninguém. Vale lembrar que a irmã da amiga da cunhada da vizinha que é médica ou o irmão do cunhado do vizinho que é enfermeiro não tem valor comprobatório.
Notícias que não tenham rastreabilidade e nem mesmo autoria conhecida comprovada já tem grande característica de ser uma Fake News, assim como os áudios terroristas via WhatsApp ou Telegram.
Tem outras ações que devemos e podemos, enquanto cidadãos, realizar. Contudo, não vou os expor nesse post para que não fique com um teor político, mas deixo minhas redes sociais e e-mail abertos para quem quiser aprofundar nessas ações.
Portanto, seja qual for a situação, busque informações em fontes confiáveis, veja a possibilidade de conversar com seu médico, com a sociedade médica específica ou mesmo com pacientes mais estudiosos sobre os efeitos e consequências das doenças.
Os pacientes geradores de conteúdo, geralmente, buscam se informar mais sobre as condições de pacientes e são pessoas flexíveis para apoiar, contudo não são especialistas.
Beba água, se hidrate bem, alimente-se de forma saudável e tente se exercitar, pois sabemos que a Espondilite Anquilosante ataca muito em repouso. O isolamento social não deve ser condição para nos descuidarmos.
Acreditar no melhor
Nossa sociedade está passando, forçadamente, por uma transformação muito intensa. Onde coisas que achávamos muito importantes perderam ou perderão o valor e outras que desacreditávamos, mostraram ou mostrarão que são diferenciais incríveis para a sociedade.
Eu acredito que aquele país de janeiro de 2020 não existirá mais após a crise. As relações humanas, de negócio, comércio e serviços foram transformados, obrigatoriamente, e teremos que nos adaptar de alguma forma.
Contudo, eu acredito que as transformações trarão grandes benefícios para a sociedade como um todo, ao médio prazo.
Teremos melhorias nos serviços, nos atendimentos, na valorização das pessoas, na qualidade de vida, enfim, seremos melhores após essa crise forte que estamos e ainda vamos enfrentar.
Acredito que daremos mais valor à vida, aos pequenos detalhes e nos dedicaremos mais à vivermos intensamente tudo aquilo que amamos.
O trabalho foi transformado, o home office é uma realidade. Possibilidades de escalas alternativas para trabalho serão pensadas e propostas afim de evitar estresses desnecessários.
O comércio local foi transformado e muitas pessoas já perceberam os benefícios, sejam os empresários, sejam os empregados e/ou os consumidores. Mas ainda é só o início de uma transformação.
Até mesmo as condições de exposição das pessoas tem sido revistas. Aqui em MG já não existe mais a obrigatoriedade do próprio paciente retirar o medicamento na Farmácia de Minas, pode ser um terceiro autorizado.
Enfim, a qualidade de vida terá uma prioridade aumentada nessa nova sociedade que está nascendo dessa transformação imposta pelo Coronavírus.
Eu acredito que, apesar de tudo, termos uma sociedade mais voltada para a qualidade de vida, para a empatia e para dias melhores para as próximas gerações.
Eu acredito, principalmente, que o coronavírus antecipou muitas mudanças que estavam caminhando lentamente, como o home office, a educação à distância, a preocupação com a sustentabilidade e a cobrança para que os setores privados e públicos sejam mais responsáveis do ponto de vista social (solidariedade e empatia).
Na minha visão enquanto cientista da computação, ou NERD, o coronavírus trouxe, de forma revolucionária, a transformação digital que há muito se fala e que pouco se percebia de efetivo. Temos um mundo novo pra desbravar e aprender.
Eu optei por viver intensamente a vida e não a dor!